domingo, 11 de abril de 2010

Por que fazer uma cidade digital?

Um interessante artigo tratando do porque da cidade digital, da sua necessidade e utilidade. Para que serve? Como se usa? Em que pode ajudar?Os habitantes da cidade sabem usa-la?Como se mede esse uso e essa utilidade?

O texto é de Igor Giannasi, e você pode lê-lo na íntegra no endereço:
http://www.cpqd.com.br/imprensa-e-eventos/the-news/4347-por-que-fazer-uma-cidade-digital.html

Uma infraestrutura de última geração e uma conexão sem-fio para uso livre da Internet não fazem uma cidade digital. Especialistas no assunto insistem em que o estímulo ao desenvolvimento econômico e social da comunidade, por meio das novas tecnologias, e a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos, aumentando a eficiência da gestão administrativa local, são mais importantes do que a infraestrutura usada na implantação de um projeto de cidade digital. Em outras palavras: mais do que recursos tecnológicos, é preciso saber claramente para quê será usada toda essa tecnologia. "O problema de muitos programas no Brasil é o foco concentrado na construção das redes e não na função delas", avalia o consultor e pesquisador da diretoria de Tecnologia e Serviços do CPqD, Marcos de Carvalho Marques. "Há muita ênfase na rede de comunicação, mas o verdadeiro desafio está no provimento do serviço - a rede é o meio e não o fim."


Até por se tratar de um tema recente na administração pública nacional, existe no Brasil uma variedade de projetos que podem ser classificados como cidades digitais, mas que estão em diferentes níveis de evolução. E há muitos casos de experiências tão incipientes, que não podem sequer ser encaixadas na definição de cidade digital. "Esse conceito não é muito claro e é muito amplo", pondera o diretor de Informática da Secretaria de Governo e Planejamento de Sorocaba (SP), Umberto Nanini. "Parece haver um entendimento de que simplesmente oferecer internet no meio da praça signifique ter uma cidade digital." Sorocaba, terceira maior cidade do interior paulista, implantou em 2005 o seu programa de cidade digital.


A maioria das cidades destacadas nesta edição obedecem aos seguintes critérios: acesso livre e gratuito à internet para a população (seja em telecentros, seja no meio da praça); serviços públicos disponíveis on/ine para os cidadãos; e existência de uma rede de conexão entre os órgãos públicos municipais, para aumentar a eficiência administrativa. Outras cidades do guia, que ainda não atendem plenamente a esses critérios, têm pelo menos algum planejamento nessa direção. Segundo Marques, do CpqD, as cidades digitais podem ser classificadas em seis níveis do que chama de "urbanização digital", levando-se em conta aspectos sociais e tecnológicos. Para serem incluídas em cada nível, devem observar, por exemplo, o grau de conectividade e a disponibilidade e uso de serviços eletrônicos públicos e privados no município. As seis categorias são estas: acesso básico; telecentros; serviços eletrônicos; cidade digital pré-integrada; cidade digital integrada; e cidade digital plena. No nível mais baixo da urbanização digital entram as cidades com limitações de pontos de acesso e de banda de transmissão, sem provedores locais de acesso à internet. No nível seguinte, existe o acesso público à internet pelos telecentros, mas há limitação de número das unidades e de banda (acesso e backbone). Já o nível máximo corresponde à digitalização plena do município, com cobertura total de acesso público e individual, sem limitação de banda, com serviços públicos e privados integrados em um único ambiente virtual.


O coordenador de Cidades Digitais da Universidade Federal Fluminense (UFF), Franklin Dias Coelho, que supervisiona o programa Piraí Digital e a implantação de projetos de outros municípios, também condena os modismos em torno do tema e reforça a posição de que não basta instalar equipamentos para se ter uma cidade digital. "Como se alguns hotspots pudessem inserir uma comunidade na sociedade do conhecimento", ironiza. Para se chegar a esse objetivo, o primeiro passo para os gestores públicos é trabalhar a questão da inclusão digital no plano diretor do município. De acordo com Coelho, é preciso analisar como aquela cidade trabalha os conceitos de comunicação e informação e, assim, descobrir soluções para potencializar essas áreas. "É preciso pensar em processos sociais e econômicos que incorporam novas tecnologias", afirma. Para isso, acrescenta, é preciso mobilizar a comunidade. É preciso trabalhar com a questão da educação, sensibilizando professores e alunos para o uso das novas tecnologias como ferramenta pedagógica - papel que cabe ao gestor público. Nesse novo contexto da tecnologia da informação, avalia Coelho, há uma mudança de papéis dos personagens: ambos - o Estado e a comunidade - tornam-se autores e tutores.

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