quarta-feira, 12 de maio de 2010

Brasil cai em ranking mundial de e-gov

O Brasil caiu 16 posições no ranking global de melhores práticas de governo eletrônico feito pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Unpan). O país foi da 45ª para a 61ª posição na lista sobre melhores práticas em governo eletrônico, porém algumas iniciativas ganham destaque em relatório divulgado em 16 de abril do corrente ano.
O índice brasileiro de desenvolvimento de governo eletrônico, aferido de acordo com a disponibilidade de informações governamentais na internet, oferta de serviços pela rede mundial de computadores e capital humano, caiu de 0,5679 para 0,5006. O índice mundial, que também caiu, é de 0,4406, contra 0.4514 em 2008. Quanto mais perto de um, melhor a condição do país.
Entre os países em desenvolvimento, o Brasil ocupa a 22ª posição. A liderança é da Coréia do Sul, que também está em primeiro no ranking mundial com 0,8785. Na sequência vêm Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Holanda.
Em termos de economia, os países desenvolvidos obtiveram índice de 0.6542, enquanto aqueles em desenvolvimento chegaram a 0,4443.
Para a Unpan, o índice é “um grande retrato da vontade e capacidade das administrações nacionais usarem tecnologias móveis e online na execução de funções governamentais.”

Web 2.0

O índice de governo eletrônico das Nações Unidas é composto por três indicadores –escopo e qualidade de serviços governamentais prestados pela internet; infraestrutura de telecomunicações e capital humano, ou seja, nível educacional. O peso das variáveis é praticamente o mesmo, com um pequeno diferencial para a questão dos serviços.
A queda no índice de alguns países, entre eles o Brasil, pode ser explicada pela ampliação do foco da pesquisa. Em relação ao último levantamento, publicado em 2008, o número de perguntas a serem respondidas aumentou de 86 para 95, e algumas mudaram seu enfoque. Passaram a ser valorizados serviços típicos da web 2.0, que possibilitam a interação dos cidadãos com o poder público.
Entre os quesitos, o Brasil foi pior em “infraestutura de telecomunicações”, no qual obteve índice de 0.0838. Em serviços, chegou a 0.3683 e em capital humano, 0.2916.
A fim de comparação, os dois melhores colocados no ranking, Coreia do Sul e EUA, marcaram, respectivamente, 0.2109 e 0.2128 em infraestrutura (o maior foi alcançado pela Suíça: 0.2537); 0.3400 e 0.3184 em serviços online (os asiáticos ficando em primeiro); e 0.3277 e 0.3198 em capital humano, quesito no qual Dinamarca, Austrália e Finlândia ficam ligeiramente à frente dos coreanos, com 0.3278.
A nota concedida à infraestrutura de telecomunicações baseia-se em cinco indicadores: número de computadores; usuários de internet; quantidade de linhas telefônicas fixas; assinaturas de celular e usuários de banda larga fixa. Em todos, os dados foram agregados por cem habitantes.
Os números foram os fornecidos pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e são ponderados de acordo com os melhores e piores índices verificados para obter o índice total.
Nessa área, o país ficou na 70ª posição no ranking. O indicador mais baixo foi o de banda larga, já que apenas 5,26% da população tinha internet em alta velocidade no momento da pesquisa. O melhor percentual foi aferido na quantidade de celulares: havia 78 aparelhos em funcionamento por cem habitantes.
Já em serviços, no qual o Brasil atingiu 0.6383 antes da ponderação, o que o coloca na 55ª posição, o destaque negativo ficou com os serviços interativos. O positivo foi o de informações básicas.
As notas foram concedidas de acordo com visitas da equipe de pesquisa da Unpan a sites do governo central e dos ministérios da Saúde, Trabalho, Educação, Fazenda e Previdência ou equivalentes. Os critérios utilizados foram a presença do governo na rede mundial de computadores, facilidade de se encontrar informações, possibilidade de interação e qualidade dos serviços, quando eram oferecidos.
Já o quesito capital humano, que mede a escolaridade da população e taxas de alfabetismo, colocou o Brasil no 83º lugar, o pior entre os três principais indicadores. Antes da ponderação, o país obteve 0.8837 ponto, graças à alta taxa de analfabetismo e baixo percentual de jovens na faculdade.
O governo brasileiro ainda não comentou a pesquisa.

Fonte: http://www.guiadascidadesdigitais.com.br/site/pagina/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-e-gov

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